A lata de bolachas
Todos conhecemos bem, os dias muito fartos de tão longos que são.
Dias que nunca mais acabam nem com a noite.Hoje o meu dia foi assim,farto de tantas horas de inércia.Até rezingava comigo,imaginem!Ainda bem que raramente me deixo levar por tais devaneios,sim,devaneios,já percebem,mais adiante.
Estes dias são tremendamente perigosos.Levam-nos a "pecados" que em dias normais não nos lembraríamos de cometer.
Mesmo aqui à minha frente,a lata azul de bolachas, que um amigo tão carinhosamente me ofereceu.Pois,deviam ser partilhadas, mas não estão a ser. A culpa é deste dia... que não tem fim...e uma,mais uma e outra...esta é redondinha de coco. Há-as de várias formas e sabores. Telefone , será a minha nutricionista?
_ Olá Teresa,ainda bem!Adivinhaste que precisava de ti...sim,sim ...esta neura!
_ Mas a culpa é da lata das bolachas...ri-te,ri-te.
Entre a conversa,mais uma bolachinha e o riso do outro lado,talvez do ruído crocante.
Como desejava que a lata azul tivesse asas,como o tal ,Red Bull.
Não acredito em pecados e hoje dava jeito! Só mais uma e vou guardar-te,lá porque és doce,não tens o direito de me tentares!Uma maçâ também é!
Agora,martelava a paciência da Carla,amiga de todas as horas,com esta neura, também ela aparece na hora certa,mas a culpa é da lata azul.
Acabámos mais um telefonema a rir,destes devaneios que nos acontecem, nestes dias fartos de horas...e "farta" estou eu,de Butter Cookies,já com um arrependimento,disfarçado de alegria.
Amanhã,bebe-se água,dessas que nos "enchem" e saciam a fome,as tais ricas em fibras.Sim,essas da publicidade,curiosa ou enganosa,sei lá!
Porque isto de manter a linha,bem...acho que até nem tenho nenhuma,não é fácil!
A lata de bolachas,já está bem escondidinha,esta,já não me tenta mais...por hoje.Agora,bolachinhas só na companhia destas queridas amigas que estão sempre comigo e sentem,até os mais pequeninos "pecados".Apesar de interromperem estes meus momentos doces / amargos, é com vocês que quero partilhar as bolachas da lata azul.
Só vocês entendem...mas a culpa não foi do dia, mas da lata das bolachas.
Prometo, em dias idênticos, ataco as maçãs.
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A teu pedido, amiga
"...os grandes amores e enganos comportam um grande risco."
Dalai Lama
E não é, que " gostamos " destes riscos!?
Passamos metade da vida em trapézio sem rede...a outra metade, sonhamos.
E ainda fazemos da vida um enorme circo..com todo o brilho dos olhos de uma criança, quando aplaude o palhaço, numa alegria disfarçada...inventada...de faz de conta...
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"É o que sinto,professora !"
" Eu não gosto da sala B . Sinto-me muito triste porque a professora põe-nos a todos nervosos e não ensina bem. Quando uma pessoa adulta está ao pé dela, ela arma-se em santinha e quer dar educação aos seus alunos, não gosto, detesto-a, ela é horrível, era para chamar-lhe mais coisas.
Gosto mais das pessoas que me dão apoio, que são a professora Isabel e a professora Joana, a contínua e a minha mãe e avós. E mais pessoas, adoro-as sempre me acompanharam em tudo que era preciso".(15/11/07)
Transcrevi exactamente o que li, num caderno diário de uma criança de 10 anos. Frequenta uma turma do 1ºCEB (primária) no 4º ano de escolaridade. A turma é formada por alunos do 3º e 4º anos.
Há algum tempo que os professores desta escola se debatem com a insatisfação, a indisciplina e o insucesso dos alunos da turma B .
Há algum tempo que os professores desta escola não se calam, não fecham os olhos ao que vêem e sentem.
Há tempo demais, que a tristeza, o desencanto, os afecta.
É tempo demais, a calar o sonho destas crianças.
É urgente repensar; que escola, que professores.Que direitos, que deveres, que valores.
Não estará na hora, de pensar num, Perfil, para professor??
OBS:
Esta aluna corajosa,para os seus 10 anos, não quer ver o seu grito perder-se no tempo, sem eco... os seus colegas, têm outros registos, sentem o mesmo, também não.
Os nomes referidos são fictícios.
Voltarei a este assunto, inevitavelmente.
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COM CARINHO
tenho palavras para vos dizer
com carinho
tenho afectos que partilho
com carinho
tenho o abraço largo para vos dar
com carinho
tenho em mim todos os mares
onde vos encontro
numa viagem serena
tenho em mim a gratidão
à ternura
que sinto
em cada olhar e sorriso
quando vos sei desse lado.
e numa suave magia
as palavras aninhadas na alma
florescem em todas as cores e aromas
em paisagens que partilhamos
no deleite de um passeio ao outro lado de cada um de nós.
A todos que cruzaram o seu olhar, com o meu, me olham daí, a todos que se dão desta forma, simples e pura, consciente , despida de vaidades ou interesses, atribuo o único "prémio" que tenho para oferecer.
CARINHO
Todos são contemplados, os que deixam palavras, os que visitam a "casa" e me falam dela pessoalmente, os que entram e saem em silêncio...
a todos que já têm um pouco de mim.
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...Tudo o que eu vi,estou a partilhar contigo...
Sou uma admiradora confessa, do Jorge Palma
da sua carreira
da voz inconfundível, madura e sentida.
"Encosta-te a mim", uma das mais bonitas canções de amor dos últimos anos.
Só amando se partilha e se inventa, a dois...
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Porque hoje é sábado...
As insónias são a minha companhia
em noites longas de tristeza e solidão
nelas vasculho o sótão das memórias
a mãe o avental às florinhas
o olhar terno
as mãos que mexem uma mistura dourada
e nós na traquinice a meter o dedo na massa
Porque hoje é sábado
dia de bolo da cor do sol
neste sótão encontro o cheiro de bolo acabado de fazer
o aroma do café acabado de coar num saco branco
não sei se te lembras dos sábados
das tardes de todas as estações
de todas as cores
de todos os sabores
partilhávamos a fatia de bolo como partilhávamos cumplicidades
e a mãe...
a mãe sempre com tempo guardado para o bolo de sábado
aprendi com a mãe a fazer do sábado o dia do bolo
Hoje sou eu a mãe
e faço o bolo dos sábados da nossa meninice
Adormeço embalada pelas lembranças doces da nossa mãe
Porque hoje é sábado
(não te esqueças das tardes de sábado, irmão! )
(reedito, este post,com o mesmo carinho com que nestes últimos dias, tenho sido brindada, com o reencontro de uma amiga, há muito tempo longe, mas nunca fora do coração...
Também ela partilhava do mesmo bolo dourado, da mãe...nas tardes de sábado.
E porque hoje é sábado
vou fazer, com o mesmo carinho, o bolo...não tem a cor do sol...mas tem o aroma , o sabor, a cor, e o brilho do amor.
A estes ingredientes, junto outro, que também faz as delícias de quem o vai saborear...O chocolate).
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Olhares
Gosto das tardes sombrias a olhar o mar
do traço que desenho na areia fria
do sabor salgado nos meus lábios
da tranquila sensação do afago do vento.
Gosto deste intervalo de mim
na procura de lugares onde estive
nas paisagens que vi sem sentir.
Tenho a espuma a meus pés
num branco baço leitoso
como a palidez da tarde.
Já se acendem as luzes
não há recorte no horizonte, não o distingo
as sombras regressam a matizar a noite
fico mais um pouco...escuto-me
entendo-me com a noite que se encosta a mim
de mansinho...
e segredamos o adeus a este encontro.
Guardo todo o perfume das tardes sombrias
a olhar o mar.
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"Non,je ne regrette rien"
O Domingo não é o meu dia da semana de eleição. Na verdade é o mais enfadonho. O mais cinzento mesmo em dia de sol, como hoje, mas com alguma pachorrice , para não dar razão a uma total inércia que me tenta aos domingos, estive a pôr em "dia" alguma música. A que escolhi é de uma senhora com uma voz inconfundivel.Edith Piaf , que nos anos 50, fez furor. As suas canções terão sido cenário de muitos momentos...de amor ou desamor. Não vivi essa época, mas há canções eternas que em todas as épocas podem marcar momentos.
" Non,je ne regrette rien ", não surge hoje por acaso, mas sim, depois da partilha de pequenas experiências e retalhos de vidas.
E,no enlevo da conversa, sacamos lá do fundo, uma canção que nós adoptamos em determinados momentos, como uma tatuagem, guardamos a emoção que nos provocou e até a deixamos permanecer.
Embora a canção, de que falo não tenha sido tatuada num momento feliz, para um dos intervenientes da conversa. Os momentos sentem-se, vivem-se e compõem os retalhos da manta que é a vida de cada um. E, muitas vezes, uma conversa pode espantar os nossos medos e receios, dissipar nuvens negras que ainda anunciam chuviscos .
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HERO-IL DIVO
Na ausência das palavras, num desencontro amigavel, hoje, elas não me povoam os caminhos do coração.Também têm esse direito.Mas gosto deste amûo das ditas...elas voltam!
Ou terão elas, alinhavado algum complô contra mim, por tanto uso lhes dar!?
Não tenho palavras, tenho música, que também percorre os caminhos do meu coração.